Alexandre Magno Abrão - O grande


Gostaria de começar este post de uma maneira mais alegre, algo como:

“CBJr  lança novo álbum...”

Infelizmente não ser vai sobre isso, também não quero falar sobre a trajetória da banda ou dos prêmios que ela acumulou.  Parafraseando o poeta Tiago Sabino “Jovens precisam de um ídolo saudades do chorão” e embora eu considere a palavra ídolo muito forte, sou obrigado a concordar. Em tempos de “meu pau te ama” e “olha a explosão” como você faz falta parça. “Ela vai voltar” era o hit mais romântico que eu ouvia aos 12 anos e representava alguém que nem tinha chego ainda, mas, eu já queria que voltasse. Passei inúmeras tardes com a voz do Chorão como trilha sonora, quando não era na malhação era na lan house (Saudades Matrix R$1,50 a hora), quando não era na lan house era no fliperama e quando não era no fliperama era na porta da casa da minha avó no finzinho de tarde conversando groselha com minha prima.
O fato é que hoje é um dia triste não só para a música brasileira, mas, também para toda uma geração que cresceu ouvindo “Dona do meu pensamento”  “Zóio de lula” e “Pontes indestrutíveis” não necessariamente nesta ordem e também não necessariamente na infância. Chorão narrou as nossas primeiras decepções amorosas, nossas primeiras crises de identidade, nossos primeiros atos de rebeldia e principalmente nossas rodas de amigos. Ele falava sobre nossas vidas sem ao menos nos conhecer e isso era incrível.

RAP? Rock? Reggae?

Não tinha gênero definido era apenas Charlie Brown.

Alexandre era um poeta rebelde e transviado. Um romântico, louco e sábio e do seu jeito extravagante líder de uma geração. É muito comum falarem de Cazuza, Legião Urbana, Cássia  e outros tantos. Mas espera um pouco, eu tive Chorão e guardada as devidas proporções ele foi um ícone e um marco na minha história. Se eu ouvir “O Preço” ainda arrepio, que musica, que história que vontade de voltar no tempo e viver um pouco mais daquela época.

Infelizmente é assim que a vida é.

As coisas acabam e se vão e tudo o que fica nessa terra são as lembranças e o legado de uma história e isso Chorão deixou aos montes.

A morte dele não foi apenas o fim da vida de um artista, foi o fim de uma era e calhou bem na época em que os jovens que tanto o amavam estavam virando adultos, estavam crescidos e vamos concordar o choque foi muito duro. A infância havia chego ao fim, á adolescência havia acabado e perdemos o nosso sonoplasta pessoal. Não da mais para voltar, não da mais pra pedir um real e perder uma tarde de outono na lan house ouvindo “Dias de Luta, Dias de glória” e é por isso que hoje é um dia triste pra milhares de pessoas, a morte do Chorão nos lembra como nossa juventude o quão dura possa ter sido foi gostosa em alguns momentos e como gostaríamos de ter ficado por lá mais um pouco.
E o que nos resta?
As lembranças e varias músicas que esse monstro deixou de herança, e talvez um pouco de fé de que nossas crianças tenham nos sonoplastas de hoje a mesma referencia que tivemos com o nosso.

Por fim muito obrigado Alexandre descanse em paz.




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